Céu Azul na Terra e em Plutão!
Estamos acostumados a contemplar o nosso céu azul aqui na Terra, mas saiba que existe outro corpo celeste no Sistema Solar que também se mostrou possuir um céu com tons azuis em sua atmosfera.
No início deste mês de maio, a NASA divulgou dados obtidos pelo Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha (em inglês, SOFIA – Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy) sobre a tênue atmosfera do planeta anão Plutão. O SOFIA é um telescópio de 106 polegadas que está montado em um avião Boeing 747, sendo uma parceria entre a NASA e o Centro Aeroespacial Alemão. Enquanto o Boeing voa pelo nosso planeta, o SOFIA faz observações de corpos celestes do Sistema Solar e da Galáxia.
No dia 29 de junho de 2.015, o planeta anão Plutão passou entre uma estrela muito distante e o nosso planeta Terra. Foi uma ocultação visível do Oceano Pacífico, próximo ao espaço aéreo da Nova Zelândia e permitiu ao SOFIA estudar a atmosfera de Plutão.
Este tipo de ocultação é um fenômeno raro e durou pouco tempo. Na verdade, ocorreu por aproximadamente 2 minutos apenas, mas foi o suficiente para que o SOFIA pudesse registrar dados para explorar a composição e características da atmosfera rarefeita plutoniana.
A composição da atmosfera de Plutão
Os astrônomos já sabiam que a atmosfera deste planeta anão é formada praticamente por gás nitrogênio e pequenas quantidades de metano e um pouco de monóxido de carbono que se desprendem após a sublimação do gelo da sua superfície iluminada e aquecida pela luz solar.
Quando sobem na atmosfera que se estende cerca de 32 km de altura, formam-se partículas de neblina. Essas partículas então, se precipitam lentamente em direção ao solo, em um processo que pode durar anos, enquanto mais partículas são suspensas relativamente mais rápidas do que as que descem, garantindo a manutenção dos gases em sua atmosfera. As observações do SOFIA mostraram que essas partículas são muito pequenas, com cerca de 0.06 a 0.10 mícrons. Para comparação, é o equivalente em média, a um milésimo da espessura de um fio de cabelo humano.
Exatamente por este tamanho extremamente pequeno, essas partículas são capazes de refletir na faixa de frequência correspondente à luz azul do espectro solar, explicando a tonalidade azulada da atmosfera deste planeta anão. Essas informações foram registradas pelo SOFIA duas semanas antes de a sonda New Horizons (NASA) passar por Plutão no mês de julho de 2.015, fazendo com que os astrônomos pudessem juntar os dados e poder aprofundar um pouco mais a compreensão sobre as características e composição desta atmosfera azulada.
E o carismático Plutão, continua intrigando e revelando seus mistérios aos astrônomos mesmo sendo um planeta anão!
Que venham novas descobertas!