Possível descoberta de um planeta bebê!
Novos planetas estão sempre sendo descobertos, mas pela primeira vez, os astrônomos podem ter captado uma imagem do nascimento (formação) de um exoplaneta (planeta que orbita outra estrela sem ser o nosso Sol).
Os astrônomos estavam observando uma jovem estrela designada de AB Aurigae da constelação da Auriga ou Cocheiro, que fica distante de nós cerca de 520 anos-luz da Terra, quando perceberam nas imagens um denso disco de poeira e gás aparentemente orbitando em torno desta estrela.
Os dados foram obtidos com o VLT (Very Large Telescope) pertencente ao consórcio do Observatório Europeu do Sul, localizado no deserto do Atacama, no Chile.
Ampliando a imagem e observando no interior deste disco de poeira e gás, os astrônomos perceberam a presença de uma estrutura em forma de espiral e com uma “torção” perto do centro desse disco. Geralmente imagens desta forma, indicam a formação de planetas em torno de estrelas jovens, que é o caso da AB Aurigae.
Para poder registrar nascimento, ou seja, a formação de planetas é sempre necessário observar estrelas consideradas jovens e que possuam um disco de poeira e gás em torno delas. Com o avanço tecnológico dos instrumentos, agora os astrônomos podem registrar com maior precisão o que ocorre nesses discos em torno dessas estrelas mais jovens. A chamada “torção” indica que nessa região do disco pode estar se formando um novo planeta.
Na imagem acima observamos à direita uma versão ampliada da área indicada por um quadrado vermelho na imagem da esquerda. Ele mostra a região interna do disco, incluindo a “torção” amarela brilhante (circulada em branco) que os astrônomos acreditam que indique o local onde um planeta está se formando (nascendo).
A região indicada na imagem da esquerda com o destaque para a “torção” próxima do centro da AB Aurigae, fica aproximadamente à mesma distância da estrela que o planeta Netuno fica do Sol. Para efeito de comparação, é 30 vezes a distância Terra-Sol.
Uma nova interpretação para essa “torção”
Alguns astrônomos da Pontifícia Universidade Católica do Chile sugere que estamos observando na verdade, uma formação de um sistema estelar binário e não o nascimento de um exoplaneta.
Na teoria, a formação de um exoplaneta poderia explicar os aglomerados de poeira, mas não a enorme cavidade central presente nesta área do disco. Em contra partida, um sistema binário estelar em formação, poderia explicar melhor todas estas características observadas nessas imagens.
Esse debate deve seguir até observamos quem sabe um dia num futuro distante, o surgimento de uma nova estrela ou o “nascimento” de um planeta bebê!