Sessão Missões Espaciais: Pioneer 10
A missão da sonda interplanetária estadunidense Pioneer 10 (Pioneira 10) da NASA, desenvolvida a partir do Programa Pioneer, que consistiu no desenvolvimento e gestão de oito missões (Pioneer 6, 7, 8, 9, 10, 11, Vênus Orbiter e Vênus Multiprobe), iniciou uma revolução nas descobertas científicas referentes aos planetas gigantes gasosos do nosso Sistema Solar (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno).
A Pioneer 10 recebeu em seu corpo principal uma placa de ouro com uma mensagem e uma imagem com informações sobre os seres humanos, caso esta sonda um dia chegue a alguma civilização em algum outro sistema planetário. Placas parecidas foram também colocadas na Pioneer 11 e nas missões Voyager 1 e 2.
A cada 13 meses surgem uma janela para lançamento de uma sonda não tripulada para a orbita do planeta Júpiter e foi exatamente numa dessas janelas que a Pioneer 10 foi lançada no dia 2 de março do ano de 1.972 com destino ao maior planeta do Sistema Solar, após definição aprovada em fevereiro de 1.969.
Havia três grandes objetivos para esta missão:
- Exploração do meio interplanetário para além da órbita do planeta Marte;
- Investigar o Cinturão de Asteroides e verificar os perigos que estes corpos celestes representam para as sondas nas missões para além da órbita de Marte;
- Exploração do complexo sistema de Júpiter.
Curiosidade da missão: no dia 15 de Julho de 1.972 a sonda passa pelo Cinturão de Asteroides e fica a pouco mais de 8 milhões de km do asteroide Nike com 24 km de diâmetro em seu semi eixo maior. A Pioneer 10 teve a oportunidade também de poder estudar uma tempestade solar durante sua jornada.
Em 6 de Novembro de 1.973, a sonda inicia a captura de imagens e no dia 3 de Dezembro, passa a 130.000 km da superfície do planeta Júpiter. A precisão deste voo interplanetário permitiu que a sonda atingisse o ponto máximo de aproximação ao maior planeta do Sistema Solar com uma antecipação de apenas 1 minuto em relação ao previsto.
Esquerda: Concepção artística da Pioneer 10 durante seu encontro com Júpiter.
Direita: Fotos tiradas pela Pioneer 10 de Júpiter e duas de suas maiores luas, Europa (esquerda) e Ganimedes (direita).
Nota: planeta e satélites não estão em escala de tamanhos.
Suas imagens eram capturadas através de filtros azuis e vermelhos. Com técnicas apuradas, cria-se uma terceira imagem em cor verde. A combinação dessas três imagens permitia a criação de uma imagem em cores praticamente reais. A Pioneer 10 confirmou também a existência da magnetosfera jupteriana.
O último sinal recebido na Terra da Pioneer 10 ocorreu no dia 23 de Janeiro de 2.003. Até este seu último sinal, ela continuou enviando informações do Sistema Solar exterior. Em Outubro de 2.005 a sonda encontrava-se a uma distância do Sol de 89,1 UA (Unidades Astronômicas – cada UA é a distância média da Terra ao Sol que equivale 149,6 milhões de km) com uma velocidade de 12,2 km/s. Em Outubro de 2.009 (no ano internacional da Astronomia), ela atingiu 100 UA de distância do Sol, tornando-se então o segundo objeto mais distante existente produzido pela humanidade, apenas atrás da sonda Voyager 1. Daqui a cerca de 14.000 anos, a Pioneer 10 ultrapassará os limites da Nuvem de Oort (de onde se originam a maioria dos cometas que observamos), se desligando completamente da influência do Sistema Solar (influência do campo magnético do Sol).
Boa viagem a Pioneer 10!